Projeto que utilizou instrumentos para avaliar pessoas com deficiência e o meio em que vivem
O “Pesquisa Colaborativa – Inclusão para todos”, projeto do Instituto Olga Kos, teve como objetivo capacitar profissionais por meio da implantação de três instrumentos de acompanhamento e avaliação capazes de mensurar resultados obtidos para pessoas com e sem deficiência. Com vigência de um semestre, entre os meses de novembro de 2021 e abril de 2022, a equipe do departamento de Pesquisas e Desenvolvimento do Instituto Olga Kos acompanhou cinco instituições que tinham como interesse comum mensurar os resultados do trabalho realizado.
As instituições parceiras foram CIEJA – Campo Limpo, Lar das Crianças, Instituto Inspiração Paradesportiva, Casa do Cristo e Nova 4E, que se envolveram no projeto a partir de alguns colaboradores, participação de beneficiários, assim como, utilização de seu espaço. Ao todo, foram 55 entrevistados indiretos e, aproximadamente, 500 pessoas com e sem deficiência, atletas amadores e pessoas em situação de vulnerabilidade.
Nesta ação o Departamento de Pesquisa Olga Kos utilizou três instrumentos:
1. IDOK referencial: Instrumento utilizado pelos profissionais para avaliar o desenvolvimento individual de cada participante em atividades sócio educacionais, culturais, esportivas;
2. IDOK 2.0: Instrumento utilizado a partir do suporte de profissionais para avaliar o desenvolvimento individual de cada participante e seus respectivos contextos;
3. ECOK: instrumento que objetiva mensurar, a partir da identificação, monitoramento e avaliação, de como a inclusão é praticada no mercado de trabalho a partir da identificação das principais barreiras que impedem a inclusão laboral em empresas e/ou instituições.
Como resultado do projeto, foi possível entender a realidade que as instituições de terceiro setor enfrentam, assim como suas especificidades, sendo necessário a criação de indicadores de desenvolvimento personalizados para cada atividade que se deseja mensurar. A implantação da ferramenta de avaliação e monitoramento foi voltada para profissionais de instituições prioritariamente associadas ao esporte. A importância da pesquisa coloca em pauta o tema inclusão, não somente de forma teórica, como também na prática, e consequentemente, como pode ser mensurado a partir de instrumentos.
Os resultados da pesquisa demonstram que para os organizadores, foi um desafio manter a fidedignidade dos instrumentos durante a adaptação do mesmo, além de assumir a necessidade de ajustes de acordo com a caracterização de grupo atendido e/ou dificuldades individuais. Como exemplo, pode-se citar aplicação de questionário com informações coletadas, via de regra, em conversa com profissional; para a realidade de beneficiários não-verbais, este método seria excludente e ineficaz. Sendo fundamental o entendimento da realidade de cada uma das instituições e adaptações razoáveis.
Nenhuma instituição apresentou experiência prévia em métodos ou instrumentos de avaliação da inclusão, sendo uma novidade a proposta do projeto, e contribuindo assim para a ampliação do espectro de avaliação da inclusão. A base de dados consolidada durante o projeto poderá ser atualizada e mantida de acordo com a disponibilidade de cada instituição, a fim de fundamentar intervenções benéficas às instituições.
Os instrumentos contribuíram para a identificação das características importantes nas instituições participantes no que tange o desenvolvimento de instituições inclusivas. Considera-se que o projeto trouxe benefícios significativos para a produção e intercâmbio de dados padronizados entre instituições, por meio dos instrumentos desenvolvidos pelo Instituto Olga Kos.