Biomédica usa anestesia local em procedimento invasivo e paciente morre, especialista explica sobre o caso

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Anestesiologista ressalta a importância da anestesia ser ministrada por especialistas

A biomédica Lorena Marcondes foi indiciada por homicídio doloso pela morte de uma paciente em Divinópolis, região Oeste de Minas Gerais. Íris Martins, de 46 anos, veio a óbito em decorrência de complicações de um procedimento estético de lipoaspiração, como o uso excessivo de anestésico, a falta de equipamentos essenciais para o controle e oxigenação do paciente e um grande número de incisões.

Conforme o delegado Marcelo Nunes, responsável pelo caso, a biomédica injetou quantidade absurda de anestésico que levou a intoxicação da paciente, agindo como se fosse anestesista. A profissional também incisões profundas que causaram gravíssima hemorragia, por ser uma forma agressão ao corpo da paciente, Íris Martins veio a óbito. A perícia constatou que Lorena usava lidocaína, uma substância ativa de anestésico local considerada como inadequada para os tipos de procedimentos invasivos que a profissional realizava.

“A lidocaína é um medicamento anestésico local, sendo usada para bloquear temporariamente a sensação de dor em áreas pequenas do corpo. A paciente da biomédica estava fazendo uma lipoaspiração, considerada como um procedimento de grande extensão. Nesse caso, a forma mais confortável e segura seria fazer o procedimento com acompanhamento de um anestesista, já que ajudaria à paciente a não sentir tanta dor durante o procedimento e não necessitar de um volume alto da lidocaína, o que aumenta o risco de complicações”, explica o anestesiologista Thiago Amorim.

O delegado divulgou que a biomédica também costumava a dizer “aguenta” para pacientes que reclamavam de dor durante a realização dos procedimentos invasivos, esses que eram feitos apenas com anestésico local.

“Quando a Lidocaína é usada numa grande quantidade, como foi o caso para provavelmente tentar diminuir a dor da vítima, pode levar à toxicidade sistêmica afetando o sistema cardiovascular, levando a arritmias cardíacas e até a parada cardíaca. Também pode acontecer consequências sobre o sistema nervoso central levando a convulsões”, o anestesiologista afirma.

Segundo Thiago, a lidocaína tem uma ação rápida e uma duração mais curta, cerca de uma hora e meia em médica, já a anestesia pode durar por mais tempo, em média de uma a três horas.

“Temos que sempre ressaltar que a quantidade adequada deve ser administrada e determinada pelo anestesiologista ou pelo profissional de saúde responsável, sendo essencial levar em consideração o histórico médico do paciente, o tipo de procedimento que será realizado e outros fatores individuais. Muitas pessoas acham que a anestesia pode ser aplicada por qualquer especialista da área de saúde, o que é um equívoco, é preciso que seja feita por profissionais qualificados”, alerta o anestesiologista Thiago Amorim.

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