O Brasil é o quinto país no ranking de feminicídio, três em cada cinco mulheres sofrem, sofreram ou sofrerão de relacionamentos emocionalmente abusivos
De acordo com a Organização Mundial da Saúde, no último ano, 243 milhões de mulheres sofreram violência física, sexual ou psicológica por um parceiro íntimo. Segundo os dados divulgados pela National Domestic Violence Hotline – serviço confidencial 24 horas para sobreviventes, vítimas e pessoas afetadas por violência doméstica, violência por parceiro íntimo e abuso de relacionamento dos EUA -, 95% das pessoas que ligaram em 2020 relataram estar em um relacionamento emocionalmente abusivo.
O Brasil é o quinto país no ranking de feminicídio, três em cada cinco mulheres sofrem, sofreram ou sofrerão de relacionamentos assim e, segundo a OMS, esses casos aumentaram em 50% durante a pandemia.
Reconhecer os sinais pode ajudar a evitar que o relacionamento se torne tóxico ou vire um feminicídio. Segundo a terapeuta e reprogramadora mental Ivana Cabral, o abuso emocional é sútil e pode vir disfarçado.
“Normalmente ele aparece na forma de palavras ou ações, pode vir de seu cônjuge ou parceiro romântico. Também pode vir de um pai, cuidador, chefe ou colega de trabalho. O abuso emocional nunca é aceitável e deixa marcas nas pessoas. Aprender a reconhecer os sinais e sintomas pode ser o primeiro passo para encontrar maneiras de lidar com essa situação”, explica a especialista.
Ivana orienta que o abuso emocional é utilizado como uma maneira de controlar alguém usando emoções para causar vergonha, manipulação ou vergonha. Também pode ser uma forma de desacreditar, isolar e silenciar outra pessoa. Aquela que está sendo abusada emocionalmente muitas vezes se sente presa, isolada e indigna, mantendo o ciclo de abuso emocional.
Embora o emocional possa ser mais encoberto do que outros tipos de abuso, existem alguns sinais que você pode observar de que pode estar sofrendo com isso. Ivana cita alguns exemplos:
1. Controle e isolamento: “O parceiro ou abusador passa a controlar o tempo, os amigos, os relacionamentos com familiares e com outras pessoas. Isso também pode envolver o monitoramento constante de suas mídias sociais, textos e telefonemas”.
2. Stonewalling: “uma forma não verbal de abuso emocional. Quando a pessoa se recusa a reagir ou a responder perguntas, não faz contato visual, descarta os sentimentos ou se afasta de uma discussão”.
3. Retenção de emoções: “Quando alguém está tentando mostrar raiva não mostrando nenhuma emoção. Isso aumenta a ansiedade da pessoa que sofre o abuso porque alimenta o isolamento, o abandono e o medo”.
4. Bombardeio de amor ou love bombing: “é quando você recebe elogios e presentes que serão revertidos e usados mais tarde como ferramentas de manipulação. O bombardeio de amor geralmente ocorre após uma intensa demonstração de raiva e comportamento irracional”.
Ivana Cabral dá cinco dicas para sair de um relacionamento abusivo:
1. Tente estabelecer limites claros para manter a segurança
2. Não se culpe. Lembre-se que o abuso é uma escolha. Não é sua culpa que alguém está escolhendo te machucar.
3. Tente construir uma rede de apoio. Você pode descobrir que amigos e familiares podem oferecer ajuda. Um profissional de saúde mental de confiança também pode ser útil.
4. Estabeleça limites claros para manter a segurança, bem como deixe seu parceiro saber que tipo de comportamento você vai e não vai tolerar. Por exemplo, deixe seu parceiro saber que você não vai mais tolerar xingamentos e, se isso acontecer, você sairá de onde estiver. A chave é seguir e ser consistente com seus limites.
5. Tente evitar se envolver em discussões ou debates tensos. Se for seguro, tente sair. Quando o fizer, considere interromper toda a comunicação com a pessoa. Isso inclui mídia social, compartilhamento de local e chamadas. Se você precisar de ajuda para sair, crie um plano de segurança claro e use sua rede e recursos de suporte.