Conheça a nova técnica – evolução da cirurgia tradicional
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 80% da população teve ou terá dor na coluna em algum momento da vida. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o IBGE, este quadro doloroso é o segundo problema de saúde mais comum entre os brasileiros. Além disso, entre janeiro e julho do ano passado, mais de 55 mil trabalhadores solicitaram licença das funções de trabalho por conta de problemas na coluna. Segundo o Ministério do Trabalho, esta foi a segunda maior causa de afastamentos, atrás das dispensas causadas pela covid-19.
Para o especialista em coluna, Dr. Haroldo Chagas, Neurocirurgião (Membro SBN e SBC) e Chefe da Neurocirurgia do Hospital Federal da Lagoa – RJ, a adaptação do home office gerou uma “epidemia de dores na coluna”. Diversos trabalhadores precisaram aderir ao trabalho em casa, mas quantos deles possuem cadeiras ergonômicas para passar tantas horas na sentados na mesma posição?
“A pandemia trouxe entre outros problemas o aumento do número de cirúrgias na coluna. Sim, Sem dúvida nenhuma esse é o momento que em mais estou operando coluna. Desde o início da pandemia, aumentou muito a necessidade de intervenções para tratar problemas de coluna cervical, sendo majoritariamente pacientes com dores intoleráveis. A inatividade está relacionada com problemas na coluna cervical e lombar. O home-office intensifica esse efeito.
Presencialmente, querendo ou não, a gente precisa se movimentar. O bem-estar da coluna está relacionado com o movimento” – comenta Dr. Haroldo Chagas.
Apesar de comum, a dor nas costas pode trazer implicações sérias, especialmente quando se apresenta de forma crônica, afetando até mesmo o convívio socia. É importante ficar atento em casos de dor intensa e persistente na coluna, ou quando é acompanhada por sintomas como dores em diferentes partes do corpo, queimação, formigamento ou outra alteração de sensibilidade na coluna. Entre as principais doenças estão: hérnia de disco, lombalgia, artrose, osteoporose e escoliose.
Em alguns casos é necessária a cirurgia. A técnica da Endoscópica da Coluna vertebral é uma evolução da cirurgia tradicional. Conheça detalhes desse novo procedimento em uma entrevista com o Dr. Haroldo Chagas:
O que é a cirurgia endoscópica?
É uma evolução. Inicialmente, foi criada para que se realizassem essencialmente os mesmos procedimentos feitos de forma clássica com a cirurgia aberta. Aos poucos, contudo, desenvolveu-se a ponto de que, em alguns casos, a opção pela endoscopia permite procedimentos dificilmente realizáveis por outros meios.
Através desse procedimento, minimamente invasivo, é possível cortar, remover, coagular e remodelar as estruturas que provocam as diversas patologias. É um procedimento feito por meio de uma câmera de vídeo acoplada a uma cânula que permite inserir instrumentos de trabalho.
A anestesia desse procedimento é diferente?
Pode-se realizar a cirurgia endoscópica de coluna com o uso de anestesia geral ou o paciente pode permanecer acordado, com uma sedação apenas. Isso permite inclusive que ele colabore durante todo o procedimento. Logicamente essas opções passam por uma avaliação prévia com a equipe de cirurgia e de anestesia, levando-se em consideração todos os aspectos de cada caso.
Em quais casos ela é recomendada?
Para tratamentos de hérnias discais, tumores e de compressões focais da coluna vertebral. Trata-se, portanto, de uma opção menos invasiva que uma cirurgia de maior porte, a qual envolveria a aplicação de instrumentais e a restrição de movimentos.
A recuperação após esse procedimento é mais rápida?
Sim. Uma vez que o grau de manipulação e a agressividade tende a ser menor e mais controlada. O retorno às atividades depende sempre de cada paciente, mas casos simples podem retornar às atividades cotidianas em dias.
A técnica é nova?
Sim. Seu emprego já está bem estabelecido em países desenvolvidos da Ásia, Europa, América do Norte e em centros sul-americanos no Chile e na Colômbia. No Brasil, contudo, a divulgação ainda é pequena. O conhecimento, por pacientes e médicos, está em desenvolvimento.
A chance de sequela é menor? Tem menos riscos?
Permite alcançar altos graus de correção da patologia com um mínimo de invasividade. É extremamente precisa em corrigir as alterações patológicas enquanto preserva estruturas saudáveis.
Mas devemos reforçar que não existe método infalível e cada caso precisa ser analisado individualmente, mas, certamente, no tratamento moderno das doenças da coluna, a cirurgia por via endoscópica deve sempre ser analisada como uma das mais seguras opções de tratamento.
Serviço:
Endereço: R. Visc. de Pirajá, 414 – sala 522 – Ipanema, Rio de Janeiro – RJ, 22270-000
Instagram: @drharoldochagas
Neurocirurgião (Membro SBN e SBC)
Chefe da Neurocirurgia do Hospital Federal da Lagoa – RJ
Cirurgia de Coluna Minimamente Invasiva
Rede D’or